MINHAS POESIAS




MILAGRES

Você já ouviu falar em milagres?
Este assunto lhe fascina?
Pois mais fascinante ainda é saber
Que Jesus nos deu poder,
E que os milagres são rotina
Na vida de quem ora,
E pra todo aquele que crer.

Certa vez o Mestre amado
Ficou muito admirado
Com a ausência de fé
Daqueles que O conheciam
- O povo de Nazaré,
Lugar onde fora criado
Na carpintaria de José.

“Não é este o filho de Maria?”
- O povo assim dizia -
“Não estão entre nós seus irmãos
Tiago, José, Judas e Simão?...
Donde lhe vem tanta sabedoria;
Onde consegue tamanha unção?”
Mesmo assim o povo não cria...
(A isso chamo Ingratidão!)

Um dia o Deus Todo-poderoso,
Encarnado em Jesus
Ficou tão indignado
Que muitos milagres não pôde fazer
Entre o povo obstinado
Que teimava recusando-se a crer;
Foi então que saiu de Nazaré
Pra ir à pé,
Outras vilas percorrer.

Nos lugares por onde passava,
Quanta coisa podia ver:
Povos pobres e oprimidos
Tanta gente pra socorrer...
Chamou a Si os Seus discípulos,
Repartiu com eles o Seu poder
E disse a eles, muito alto:
“Vão, façam milagres acontecer!
Pois se confiarem em mim -
No meu Nome glorioso -
Muitos milagres poderão fazer!”

Até hoje essa história
Grande lição nos ensina:
Que a dureza do coração
Leva o homem à ruína.
E, em segundo lugar,
Ensina que vale a pena crer;
Pois se em Jesus você confiar,
Em Seu Nome divino
Os milagres certamente vão acontecer!

André L. Portes
10/11/2003

 


Sabe, esta noite tive um sonho:
Sonhei com um mundo melhor!
Desde minha infância
Sempre fui um sonhador.
Acreditei nos homens,
Contei vantagens,
Cantei sonhos em versos e prosas
E vivi de esperanças.

Queria ser um soldado
Daqueles que desfilam pelas avenidas, garbosos,
Ostentando suas divisas.
Fui soldado!
Decepcionei e fui decepcionado...
As mentiras estavam aquarteladas junto comigo;
Sonho frustrado!

Queria ser vendedor
Daqueles que vendem sonhos e esperanças,
Daqueles que transformam sonhos em realidade...
Fui vendedor!
Vendi, mas fui vendido!
Logo aprendi
Que todos somos mercadorias
Expostas no mercado da vida.
Somos o sonho de alguém,
Somos a esperança de outrem,
E para muitos, não valemos vintém...

Sonhei com um mundo de amor
E atendendo ao chamado
Decidi ser um pastor.
Olhava para os quadros pintados,
De pastores dedicados
Buscando a ovelha perdida,
E acreditava
Que com meu próprio esforço
Eu venceria nesta lida.
Que ilusão!
Descobri que nada do que eu fizesse ou dissesse
 Satisfaria
À turba furiosa que dizia:
“- Crucifica-o, crucifica-o!” -
Enquanto julgava o próprio irmão!

Vivendo o sonho de outros,
Um dia fui Vereador.
Conheci também o submundo
Habitado por parasitas
Que em nome da política
Engordam, prosperam,
E criam a sua prole;
Legislando em causa própria
Esquecendo-se dos pobres,
Necessitados, aflitos, desesperados,
Mal amados...
Felizmente acordei.
Foi só mais um pesadelo!
Deixem que eles sonhem seus próprios sonhos
E vivam sonhos que eu não sonhei.

Vi o poder que embriaga,
Cega, ensurdece, emudece,
E leva multidões
Aos porões da ditadura.
Em nome de Deus
Subjugam o pequeno,
Oprimem e destilam veneno,
Escondidos em sua vestidura;
Lobos vorazes
Com peles de ovelhas,
Usando a língua com sagacidade,
Vão levando os humildes
Para longe da verdade
À beira da perdição...
Querem fazer com que os meus sonhos
Pareçam apenas sonhos vãos...

Foi então que duas coisas me ocorreram:
Desistir, enterrar meus sonhos e morrer com eles,
Ou lutar, gemer, chorar,
Até poder realizar
Alguma coisa de valor...
E qual foi a decisão?
É claro, prosseguir!
Eu não fui criado em vão!
Tenho que vencer, apesar da oposição;
Pois um dia quero ouvir
Os meus filhos dizerem aos seus:
"- Ele foi, e é um vencedor!
E continua sendo um grande sonhador,
Sonhando sonhos de Deus!"

Sonha, sonhador!
Ah, quase que me esqueci:
No dia em que eu não tiver mais sonhos,
Naquele dia eu morri!


André Luís Portes
25/09/2006




NEUTRO

Penso, logo existo!
Se existo, então sou!
Sou, porém, não sei bem
O que sou,
O que farei,
Pra onde vou,
Pra onde irei,
O por quê pensei.
Ih! Acabou...
Acabei,
Parei!

André L. Portes - 03/12/2009



COMO NUVENS

As nuvens...
Pensem nas nuvens.
Podemos vê-las,
Sentí-las,
Admirá-las,
Mas não podemos pegá-las
Ou prendê-las.

Pensem!
As nuvens tem sua razão de ser,
Seu propósito para existir.
Colorir o céu,
Ou servir de véu;
Criar um fundo no horizonte,
Mostrar a Glória de Deus,
Abrir-se e desfazer-se em água
enchendo as fontes.

Podemos passar por elas,
Entre elas.
Podemos contemplá-las das janelas
E então dizer:
Vai chover!

Assim somos nós,
A Bíblia diz.
Somos como a nuvem que passa,
Uma neblina.
Hoje existimos,
Amanhã sumimos.
É a nossa sina.

Mas vejam:
Todos tem sua importância.
Não haveria nenhuma sabedoria
se não houvesse a ignorância.
Podemos aparecer enormes, 
Maravilhosos,
Mas escondemos tormentas
E raios perigosos.
Ou podemos trazer sombra e frescor,
amenizando as agruras do calor.

O que pude aprender
é que somos únicos, como as nuvens,
Em nosso parecer.
Alguém poderá notar o nosso esplendor,
Ou passar no tempo sem nos ver.
Mas pouco importa!
Hoje existimos,
Pra logo depois, não sei como,
Desaparecer.
O que vale, de verdade,
É termos em nós a nossa consciência
De que passando pela vida,
Fizemos a nossa parte,
Fizemos a diferença.

André L. Portes - 03/12/2009



 
CAVALO

Leve como o vento,
Forte como a rocha;
Em cada movimento
Um novo sentimento
Desabrocha.

Inteligência,
Persistência,
Experiência,
Competência,
Fazem parte de seu ser.

Marchando forte pelas campinas,
Cruzando águas cristalinas,
Logo desata a correr;
E resfolegando no seu dorso
Vai a saudade - linda menina -
Gritando aquilo que a vida ensina.

Cavalo, amigo fiel!
Tão sereno,
Tão fogoso,
Tão bonito,
Tão garboso,
Que nele virá montado
Jesus, o Rei Glorioso,
Entre as nuvens, pelo Céu.


André L. Portes - 04/11/2009



UM TRIBUTO AO GRUPO ESCOLAR DR. PAULO FORTES
SÃO MATEUS DO SUL – PR
(1965-1969)

Lá donde eu vim,
- vocês nem vão acreditar -
Tinha geada ainda no chão,
E eu precisava levantar.
A escola era longe
E ninguém ia me levar.

No inverno, ainda escurinho,
Eu saía a caminhar
Pisando o chão gelado
Andando rápido pra me esquentar.
O frio cortava o rosto,
Mas tinha gosto meu folegar.

Quando chegava na Escola
Tirava da sacola
O caderno, o penal, o apontador
E o livro da cartilha;
No cantinho da sacola,
Uma vasilha
Contendo um lanchinho
Que com muito carinho
Minha mãezinha arrumou.

E na hora do recreio, gente,
A corrida era feia,
Pois quem chegava por primeiro
Ganhava o mingau de aveia.
Tão gostoso ele era
Que a gente até repetia,
Mas, às vezes,
Não dava pra quem queria.

De vez em quando era o chocolate
- Lembro-me ainda o gosto que tinha
Como se pudesse sentir o seu sabor -
Tudo feito com carinho,
Era servido com amor.

E depois disso o pega-pega
De “polícia e ladrão”
Escorregando em pedregulho
Se esfolando pelo chão,
Sujando o guarda-pó.
- Coitadinho do Tião -
De tão sujo, dava dó.

De repente, cessava a gritaria:
Era o sino que batia,
Tocava-lhe a Dona Maria
De longas tranças no cabelo.
E nós, pequenos e pequenas
Todos cheios de orgulho e zelo
- Isso era normal -
Corríamos à formatura,
Pra com alegria e cidadania,
Cantarmos o Hino Nacional.

E, de novo a correria,
Voltando pra companhia
De Dona Arlete ou Dona Odete
A uma delas eu preferia
Mas não posso lhes contar.

Já se passou tanto tempo,
Porém quero registrar
A gratidão que eu tenho
Por quem pôde me ensinar.

Hoje estou na Faculdade,
Pois apesar da minha idade,
Voltei a estudar.

Como as coisas mudaram! Meu Deus!
As lembranças, porém, ficaram.
Não se podem apagar.
Foram bases, alicerces,
Construídos com vigor
Pelos meus mestres queridos,
 - Às vezes tão mal compreendidos -
Que semeavam com amor
Levando a sério o seu labor.

Hoje vejo o resultado
Ao comparar, sem temor,
As Escolas da cidade,
E até mesmo a Faculdade,
Com a minha Escola do Interior.

(Minha homenagem à Diretora Profª Júlia Skalski;
às Professoras Lindamir, Arlete, Odete, Terezinha e Lindaura;
e à Merendeira, Dona Maria.)

André L. Portes
Campo Mourão, 19/09/2008



A Cidade De Meus Sonhos


A Cidade de meus sonhos
É uma cidade que acorda cedo,
Respirando ar puro,
Vislumbrando a aurora de um novo dia
Cheio de esperanças.
Uma cidade que dormiu tranquila, segura, confiante,
E descansou como gentil criança.

Uma cidade alerta a novos horizontes,
Aos novos desafios,
E pronta para novas conquistas.
Uma cidade preparada para acolher aqueles que nela chegam
E hospedar os que por ela passam.

A cidade de meus sonhos não conhece o medo,
A doença, a injustiça, o desemprego.
É uma cidade onde habita a Paz Perfeita;
Onde as pessoas podem passear no fim do dia,
E “matear” na calçada em frente às suas casas.
Participar de movimentos poderosos, sim,
Em favor dos pobres e carentes.

A cidade de meus sonhos não conhece embates;
Aquelas discussões acirradas
Que não levam a nada...
Mas estimula o diálogo entre as partes,
Buscando o bom senso e o consenso;
O estudo, e o preparo de seus cidadãos.

A cidade de meus sonhos passará a existir
Quando cada um de nós lutar, incansavelmente,
Para vencer o ego,
Entregar o próprio destino a Deus
- Criador, Justo e Verdadeiro -
E amar o próximo como a si mesmo!

André Luís Portes
Campo Mourão, 08/10/2002

 
 
VOLTANDO PRA CASA

Senti o cheiro da fumaça
Do nó de pinho em brasa
Trazido no vento da campina...
E loguito saiu de casa
Com um sorriso largo, hospitaleiro,
A prenda
Que há tanto tempo não via...

Por minhas andanças no pago,
Sempre acolherando amigos
E tropeando a vida que o Patrão Celestial me deu,
Fui embretado...
Enfrentei perigos e afrontas
De tauras e guapos
Que só de falar já amedronta
Qualquer índio desprevenido.

Levava a bruaca cheia de saudade
Do rancho aquartelado no mato
Que costeava a sanga de águas cristalinas
Onde nasci e cresci
Ouvindo os causos do meu velho pai
Que me ensinaram a domar gigantes
(A começar pelos borregos...)

Ainda guri,
Boleava o laço nos palanques
E gritava: “Pai, venha ver!
Lacei o bicho e dei o pialo
Firmei o laço e saltei do meu cavalo,
Pra mostrar quem é que manda!”
Então gritava o adágio popular:
“Aqui não é a casa do Gonzalo,
Onde quem manda é a galinha e não o galo.”


E quando cerrava a noite
E o sereno descia na invernada,
Escutando o pio tristonho do quero-quero...
Solito, pensando,
Lembrava da namorada;
Uma moça bonita, de tirar o chapéu,
Que sorria, encabulada,
E olhando pro céu,
Disfarçada,
Jogava uma flor quando eu passava.

Depois, o vento minuano
Cortando igual navalha.
Logo a neblina dissipava
Como a fumaça de pito que se apaga,
Dissipando-me também os pensamentos
Pra revelar igual retrato,
No cortinado do céu
Um bordado de estrelas
Bailando até que sobrasse
Somente a estrela-boieira.
Sozinha como eu,
Mas brilhando...
Bailando, até amanhecer o dia.

E assim fui chegando...
Mas, bueno, agora me vou entrando
Que o rancho não tem tramela
No fogo vou me aquentando
Olhando firme pra ela
Pra logo me sentir laçado
Numa paixão ardente
Igual marcador em brasa.
E numa simples oração
Elevo ao Patrão Celestial meu pensamento
Agradecido por esse momento...
Depois preparo meu chimarrão,
Pego meu velho amigo, o violão,
Que apertado junto ao peito
Vai soltando uma canção.
E desabafo, satisfeito:
- Mas bah, tchê!
Como é "bueno" voltar pra casa!

André L. Portes
Abril/2010.


ÍDOLOS
Os ídolos do mundo se vão!
Seus corpos sofrem a corrupção!
Seu sonhos passam como o vento
E é só lamento,
Pois logo cairão no esquecimento.

Mas com Jesus não foi assim,
Vou lhes contar:
Ele veio a esse mundo pra salvar!
E tudo o que falou vai se cumprir;
Nada, nada falhará!
Ele vive para sempre,
E em breve voltará!

André L. Portes
05/07/2009


A DOR